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quarta-feira, 28 de março de 2012

A utilização dos cães de guarda de rebanho pelo mundo


A utilização de cães para proteger rebanhos é relativamente nova na América do Norte e quase inexistente na América do Sul.
Mas ela continua a prosperar em muitas partes da Europa. A Romênia, por exemplo, tem uma das maiores populações de ursos e lobos da Europa e é, também, uma grande produtora de ovinos. Perdas de ovinos são mínimas e não é considerado um problema, em grande parte, devido ao uso tradicional dos cães protetores de rebanho. 
O uso de cães protetores de rebanho na América do Norte recebeu um grande impulso em meados da década de 1970, quando Ray e Lorna Coppinger começaram a investigar seriamente a eficácia destes animais para reduzir a predação. Eles iniciaram o “Livestock Guard Dog Project”, no Hampshire College, em Amherst, Massachusetts (EUA), trabalhando com muitos cães de diversas raças provenientes da Europa. Distribuíram cães entre os fazendeiros que puderam verificar a eficácia dos cães. 
Os cães provaram ser muito bem sucedidos na redução das perdas e, consequentemente, seu programa expandiu-se consideravelmente. Formaram o “Livestock Guard Dog Association”, que mantém um registro ativo do trabalho dos cães e os dados de desempenho. Existem 12 raças atualmente utilizadas para tais fins. Eles obtiveram tanto sucesso, que o programa se expandiu internacionalmente e, desde então, seus cães e/ou suas informações estão sendo usados na Argentina, Namíbia, Eslováquia, Inglaterra, Itália, Canadá e Suíça, inclusive o regresso dos cães à Europa o que pode parecer estranho, mas, várias áreas da Europa tinham perdido esse tradicional uso dos cães. 
Todas as raças desse grupo são eficazes se introduzidos no rebanho em uma idade precoce e manejo correto. A taxa de sucesso entre as raças não diferem entre si, houve, no entanto, algumas diferenças comportamentais em grau de agressividade com pessoas estranhas. Sendo o Grande Pirineus a raça menos agressiva nestas situações. 
O sucesso do trabalho da Hampshire College no leste dos Estados Unidos é complementado por um programa semelhante, feito pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Eles agora estimam que mais de 50% dos criadores de ovelhas no centro-oeste e oeste do país, estão utilizando cães protetores de rebanho. Os cães não são infalíveis, mas os resultados têm sido impressionantes. 
No Brasil, segundo informações de fazendeiros, as maiores perdas de ovinos são para cães vadios. Perda de ovinos para estes predadores podem ser substanciais e muito dispendiosas, com diversos exemplos de dezenas de animais mortos em ataques nas fazendas.
O convívio entre projetos agropecuários em fazendas de ovinos e caprinos, e a fauna silvestre existente no ambiente deve sim ser considerada, significando que temos de encontrar abordagens para a gestão ecologicamente sensíveis, predador-pecuária, interações estas que não resultem automaticamente na morte de predadores. Precisamos de técnicas eficazes para desencorajar os predadores e, ao mesmo tempo, temos de aprender a tolerância a coexistir com eles. 
Desta forma, os cães representam uma solução ideal para um velho problema. Os cães avisam aos predadores ou a humanos mal intencionados que as ovelhas (ou outros animais) não são mais presas fáceis, forçando-os a utilizar as suas presas naturais, afastando-os da propriedade. A própria presença e/ou o cheiro dos cães muitas das vezes já são o suficiente para desencorajar, ou pelo menos, minimizar qualquer novo ataque. O resultado significa menos perdas em animais dos dois lados. Uma medida racional, de baixo investimento e muita eficiência, uma solução ecologicamente correta. 

FONTE: Cabra & Ovelha