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domingo, 15 de abril de 2012

O Cão Pastor como ferramenta de Manejo Pecuário


A função básica do cão de pastoreio é o arrebanhamento (agrupamento), a condução e, em certos casos, a proteção do rebanho. Assim, podemos levá-lo a exercer essa função em diversas situações e ambientes, sempre visando a otimização do trabalho.”

Estes são alguns aspectos gerais que devem ser observados para a utilização do cão como ferramenta de trabalho com rebanhos. São tópicos importantes á serem observados pelas pessoas que pretendem usar um cão em seu dia-a-dia de trabalho (pecuária).

O Cão – características idealizadas

“O cão perfeito ainda não nasceu. O melhor cão é aquele que atende as minhas necessidades”

Arrebanhamento e Condução em:

  • Pastagem Esta é certamente a situação na qual o cão pode demonstrar sua maior funcionalidade. Sob comando, ele pode executar a tarefa de agrupar (arrebanhamento) e posicionar o rebanho no local desejado pelo condutor, demonstrando eficiência e produzindo uma grande economia de tempo e esforço humano. Não importando as dimensões da área de pastagem o cão deverá percorrer lateralmente a distancia necessária para atingir o ponto inverso à posição do condutor (ponto de balanço) tendo o rebanho entre eles. Em certas situações é possível que, durante a circulação do rebanho, o cão já promova o inicio do agrupamento dos animais que estivarem mais dispersos. Após o agrupamento inicia-se a condução, esta pode ocorrer sob comando do condutor ou, de forma mais natural, “automaticamente” feita pelo cão. Devemos lembrar que a “pressão” feita pelo cão deve ser o elemento propulsor da movimentação do rebanho e que em pontos de estreitamento de área, como corredores, porteiras e cantos de cerca, temos a diminuição do fluxo de animais e a pressão para a movimentação deve ser proporcional. Em todo trabalho o baixo stress deve ser preponderante.
  • Manejo individual em campo O cão pode, ainda apoiar o aparte o e manejo individual em campo aberto. Com o posicionamento correto do cão e do condutor este pode identificar, separar e apanhar um ou mais animais de um grupo maior; realizar a imobilização e ações curativas, casqueamento, tosquia entre outras. O cão pode ser deixado em posição de apoio ao condutor em sua proximidade ou ficar responsável pela manutenção do agrupamento do outros animais.
  • Piquete de confinamento Devemos pensar que os conceitos gerais citados no item anterior são também aplicáveis em áreas menores e em piquetes de confinamento. Há também a possibilidade de trabalhar o cão em ponto de balanço invertido (Drive), ou seja, empurrando o rebanho para a posição inversa a do condutor ou ainda em movimentos transversos, isso por vezes é muito útil em pequenos piquetes ou em corredores entre piquetes. O nível de pressão e o posicionamento do cão devem ser ainda mais exigidos para que haja um trabalho eficiente.
  • Barracões, corredores e bretes (Embarque e transporte). Nos três casos aplicam-se conceitos e observações descritas nos dois itens anteriores, detalhando-se, ainda a situação recorrente nos corredores em que haja necessidade de mudança de direção do rebanho sem que haja espaço suficiente para o reposicionamento do cão. Neste caso é importante o planejamento prévio dos movimentos de flancos e de bloqueio do rebanho a serem executados pelo cão ou pelo condutor.


Manejo do rebanho

Grupos por idade
  • Borregos ao péNormalmente os borregos não reconhecem a função do cão. Em uma situação de extrema pressão eles podem apresentar stress excessivo ou buscar a fuga descontrolada, fato que pode ocasionar lesões graves. 
    As matrizes tornam-se muito cuidadosas na proteção dos borregos e, mesmo rebanhos “quebrados”, podem confrontar o cão que, sem controle pleno, pode causar danos consideráveis a matriz, portanto a escolha do cão e introdução deste no rebanho deve ser muito criteriosa.
  • Desmame / cordeirosTalvez a situação mais crítica seja os primeiros contatos entre os recém desmamados e o cão pastor. Deve-se tomar muito cuidado com o cão que fará este trabalho de iniciação do rebanho. A utilização de cães experientes e que trabalhem com a pressão do olhar e sem contato físico (mordida) é o mais recomendado, o procedimento do condutor deve ser calmo e de extremo controle sobre as atitudes do cão. Recomenda-se, ainda, a utilização de alguns animais adultos já quebrados para servirem de referência aos mais jovens. A área deve ser segura e adequadamente cercada, ambientes extremamente grandes ou muito pequenos podem prejudicar a ação do cão (ações mais abruptas) e a confusão pode se instalar. Subdividi-los em grupos menores também pode facilitar.
    Por outro lado, um trabalho criterioso nesta fase proporcionará uma grande economia de tempo de trabalho nos momentos futuros. Os cordeiros aprendem rapidamente a respeitar o cão e facilmente cooperarão com ele pelo resto do tempo em que estiverem sob os cuidados do criador.
  • Cordeiros para abateÉ notório que o stress é um elemento altamente desfavorável para o regime de ganho de peso. Assim, a utilização do cão pastor deve ser pautada por uma conduta disciplinada e o menos stressante possível. Se os borregos não tiveram a oportunidade de terem contato com o cão pastor em seu primeiro período de vida (rebanhos adquiridos), se faz necessária a “apresentação” destes ao cão. Isso deve ser feito aos poucos se mantendo um ambiente calmo no qual o rebanho ceda a pressão do cão e vá se apercebendo que sua presença significa “condução” e não ameaça. Este é um ponto polemico, pois é sabido que esses dois animais se encaram como caça e caçador e, por isso, as mudanças não ocorrem rapidamente. O procedimento geral se assemelha ao citado no item anterior (desmame / borregos), porém com prazos mais longos para a adaptação.
  • Fêmeas prenhesCuidados redobrados.É isso que permeia a conduta com as fêmeas prenhes em todos os aspectos do manejo. Com a presença do cão pastor não será diferente. Conduções tranqüilas, dando tempo para uma locomoção no ritmo exigido por cada animal. o Situações de stress não são recomendadas, porém a presença do cão bem conduzido é totalmente aceitável.
  • Padreadores / RufiõesEnfrentamento, essa é a palavra de ordem entre grande parte destes animais e os cães. No entanto, um trabalho de adaptação conduzido com firmeza e segurança promove bons resultados. A presença do cão bem conduzido é totalmente aceitável.


Aspectos práticos

  • A questão do custo de implantação e manutenção do projeto. Como ocorre a otimização do tempo e da mão-de-obra. 
    1. Menor tempo gasto com arrebanhamento e condução dos animais; tempo este que poderá ser empregado em outras atividades. 
    2. Menor esforço físico realizado pelos trabalhadores; maior disponibilidade para outras atividades.
  • O cão substitui o funcionário? 1. A otimização do tempo e da disponibilidade da mão-de-obra pode evitar a necessidade de novas contratações ou a ocorrência de horas-extras de serviço. 
    2. A atividade de arrebanhamento e condução fica apoiada pelo cão que se torna um elemento facilitador. Porém, a presença do condutor é fundamental para a organização das ações de manejo ou mesmo em relação às ações atribuídas ao cão, ou seja, o cão arrebanha e conduz, o restante do manejo exige a presença do ser humano.
  • Quanto custa ter um cão? Há uma variação muito grande de custos em função de diversos aspectos como:
    - Cria e recria / compra.
    - Alimentação e medidas sanitárias.
    - Treinamento.
    - Adaptações necessárias em cada propriedade.
    - Área geográfica.
  • Quantos cães são necessários para o trabalho? O número pode variar em relação a:
    - Volume de trabalho (intensidade e peridiocidade). 
    - Tipo de rebanho (espécie, número, nível de confrontação). 
    - Condições climáticas. 
    - Condições físicas e sanitárias. 

Canil Wolf´s Garden - www.nossocanil.com.br 
Divisão de cursos, treinamentos e adestramentos 

Fonte: The DOG TIMES - www.dogtimes.com.br