A função básica do cão de pastoreio é o arrebanhamento (agrupamento), a condução e, em certos casos, a proteção do rebanho. Assim, podemos levá-lo a exercer essa função em diversas situações e ambientes, sempre visando a otimização do trabalho.”
Estes são alguns aspectos gerais que devem ser observados para a utilização do cão como ferramenta de trabalho com rebanhos. São tópicos importantes á serem observados pelas pessoas que pretendem usar um cão em seu dia-a-dia de trabalho (pecuária).
O Cão – características idealizadas
“O cão perfeito ainda não nasceu. O melhor cão é aquele que atende as minhas necessidades”
Arrebanhamento e Condução em:
Pastagem Esta é certamente a situação na qual o cão pode demonstrar sua maior funcionalidade. Sob comando, ele pode executar a tarefa de agrupar (arrebanhamento) e posicionar o rebanho no local desejado pelo condutor, demonstrando eficiência e produzindo uma grande economia de tempo e esforço humano. Não importando as dimensões da área de pastagem o cão deverá percorrer lateralmente a distancia necessária para atingir o ponto inverso à posição do condutor (ponto de balanço) tendo o rebanho entre eles. Em certas situações é possível que, durante a circulação do rebanho, o cão já promova o inicio do agrupamento dos animais que estivarem mais dispersos. Após o agrupamento inicia-se a condução, esta pode ocorrer sob comando do condutor ou, de forma mais natural, “automaticamente” feita pelo cão. Devemos lembrar que a “pressão” feita pelo cão deve ser o elemento propulsor da movimentação do rebanho e que em pontos de estreitamento de área, como corredores, porteiras e cantos de cerca, temos a diminuição do fluxo de animais e a pressão para a movimentação deve ser proporcional. Em todo trabalho o baixo stress deve ser preponderante.
Manejo individual em campo O cão pode, ainda apoiar o aparte o e manejo individual em campo aberto. Com o posicionamento correto do cão e do condutor este pode identificar, separar e apanhar um ou mais animais de um grupo maior; realizar a imobilização e ações curativas, casqueamento, tosquia entre outras. O cão pode ser deixado em posição de apoio ao condutor em sua proximidade ou ficar responsável pela manutenção do agrupamento do outros animais.
Piquete de confinamento Devemos pensar que os conceitos gerais citados no item anterior são também aplicáveis em áreas menores e em piquetes de confinamento. Há também a possibilidade de trabalhar o cão em ponto de balanço invertido (Drive), ou seja, empurrando o rebanho para a posição inversa a do condutor ou ainda em movimentos transversos, isso por vezes é muito útil em pequenos piquetes ou em corredores entre piquetes. O nível de pressão e o posicionamento do cão devem ser ainda mais exigidos para que haja um trabalho eficiente.
Barracões, corredores e bretes (Embarque e transporte). Nos três casos aplicam-se conceitos e observações descritas nos dois itens anteriores, detalhando-se, ainda a situação recorrente nos corredores em que haja necessidade de mudança de direção do rebanho sem que haja espaço suficiente para o reposicionamento do cão. Neste caso é importante o planejamento prévio dos movimentos de flancos e de bloqueio do rebanho a serem executados pelo cão ou pelo condutor.
Manejo do rebanho
Grupos por idade
Borregos ao péNormalmente os borregos não reconhecem a função do cão. Em uma situação de extrema pressão eles podem apresentar stress excessivo ou buscar a fuga descontrolada, fato que pode ocasionar lesões graves.
As matrizes tornam-se muito cuidadosas na proteção dos borregos e, mesmo rebanhos “quebrados”, podem confrontar o cão que, sem controle pleno, pode causar danos consideráveis a matriz, portanto a escolha do cão e introdução deste no rebanho deve ser muito criteriosa.Desmame / cordeirosTalvez a situação mais crítica seja os primeiros contatos entre os recém desmamados e o cão pastor. Deve-se tomar muito cuidado com o cão que fará este trabalho de iniciação do rebanho. A utilização de cães experientes e que trabalhem com a pressão do olhar e sem contato físico (mordida) é o mais recomendado, o procedimento do condutor deve ser calmo e de extremo controle sobre as atitudes do cão. Recomenda-se, ainda, a utilização de alguns animais adultos já quebrados para servirem de referência aos mais jovens. A área deve ser segura e adequadamente cercada, ambientes extremamente grandes ou muito pequenos podem prejudicar a ação do cão (ações mais abruptas) e a confusão pode se instalar. Subdividi-los em grupos menores também pode facilitar.
Por outro lado, um trabalho criterioso nesta fase proporcionará uma grande economia de tempo de trabalho nos momentos futuros. Os cordeiros aprendem rapidamente a respeitar o cão e facilmente cooperarão com ele pelo resto do tempo em que estiverem sob os cuidados do criador.Cordeiros para abateÉ notório que o stress é um elemento altamente desfavorável para o regime de ganho de peso. Assim, a utilização do cão pastor deve ser pautada por uma conduta disciplinada e o menos stressante possível. Se os borregos não tiveram a oportunidade de terem contato com o cão pastor em seu primeiro período de vida (rebanhos adquiridos), se faz necessária a “apresentação” destes ao cão. Isso deve ser feito aos poucos se mantendo um ambiente calmo no qual o rebanho ceda a pressão do cão e vá se apercebendo que sua presença significa “condução” e não ameaça. Este é um ponto polemico, pois é sabido que esses dois animais se encaram como caça e caçador e, por isso, as mudanças não ocorrem rapidamente. O procedimento geral se assemelha ao citado no item anterior (desmame / borregos), porém com prazos mais longos para a adaptação.
Fêmeas prenhesCuidados redobrados.É isso que permeia a conduta com as fêmeas prenhes em todos os aspectos do manejo. Com a presença do cão pastor não será diferente. Conduções tranqüilas, dando tempo para uma locomoção no ritmo exigido por cada animal. o Situações de stress não são recomendadas, porém a presença do cão bem conduzido é totalmente aceitável.
Padreadores / RufiõesEnfrentamento, essa é a palavra de ordem entre grande parte destes animais e os cães. No entanto, um trabalho de adaptação conduzido com firmeza e segurança promove bons resultados. A presença do cão bem conduzido é totalmente aceitável.
Aspectos práticos
A questão do custo de implantação e manutenção do projeto. Como ocorre a otimização do tempo e da mão-de-obra.
1. Menor tempo gasto com arrebanhamento e condução dos animais; tempo este que poderá ser empregado em outras atividades.
2. Menor esforço físico realizado pelos trabalhadores; maior disponibilidade para outras atividades.O cão substitui o funcionário? 1. A otimização do tempo e da disponibilidade da mão-de-obra pode evitar a necessidade de novas contratações ou a ocorrência de horas-extras de serviço.
2. A atividade de arrebanhamento e condução fica apoiada pelo cão que se torna um elemento facilitador. Porém, a presença do condutor é fundamental para a organização das ações de manejo ou mesmo em relação às ações atribuídas ao cão, ou seja, o cão arrebanha e conduz, o restante do manejo exige a presença do ser humano.Quanto custa ter um cão? Há uma variação muito grande de custos em função de diversos aspectos como:
- Cria e recria / compra.
- Alimentação e medidas sanitárias.
- Treinamento.
- Adaptações necessárias em cada propriedade.
- Área geográfica.Quantos cães são necessários para o trabalho? O número pode variar em relação a:
- Volume de trabalho (intensidade e peridiocidade).
- Tipo de rebanho (espécie, número, nível de confrontação).
- Condições climáticas.
- Condições físicas e sanitárias.
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Fonte: The DOG TIMES - www.dogtimes.com.br